quarta-feira, 30 de março de 2011

Cópia Fiel, o filme que me deixou pensativa

Minhas observações aqui não são de crítica de cinema, mas de uma pessoa que curte filmes. E  curti bastante Cópia Fiel, do iraniano Abbas Kiarostami. Juliette Binoche recebeu o prêmio de melhor atriz pelo longa no Festival de Cannes, e não foi por menos. Ela (Elle) está maravilhosa em seu diálogo com William Shimmel (James Miller), escritor que estava divulgando, na Itália, o livro Cópia Fiel.

Um encontro entre os personagens os leva a diálogos que confundem o expectador. Afinal, eles foram casados ou ela está apenas vendo no escritor uma cópia fiel de seu ex-marido? As questões íntimas de um relacionamento se entrelaçam com outras questões ligadas a maneiras de encarar e levar a vida.

O filme é um repensar sobre relacionamentos no começo, no meio e no fim, mas é também um repensar sobre as perspectivas com as quais encaramos a vida. Em uma passagem do filme, James diz que certas frases, se colocadas na boca de grandes filósofos, seriam veneradas, mas quando faladas por crianças não damos importância. Em uma cena anterior alerta que os ciprestes (árvores lindas) têm características em comum com as obras de arte, mas que não as admiramos porque estão na natureza e não fechadas em um museu. E que são as perspectivas de olhar que muda tudo, como muda o fato de olharmos uma lata reproduzida em série nos quadros de Andy Warhol. Acho que ele tem razão. E são vários pontos de diálogo que levam à reflexão.

O melhor de tudo é que o filme não termina, pelo menos não para mim. Ele continua rodando na memória. De vez em quando, me pego pensando...

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