quinta-feira, 14 de abril de 2011

Tulipa Ruiz


A vida da gente é marcada por uma série de coincidências e bons acontecimentos. Um deles foi a forma como conheci Tulipa Ruiz. Ainda em Londres, o Marcos me enviou uma música para alegrar minha mudança da homestay, a casa da Ewa, para uma casa de estudantes bem mais barata e menos confortável nos arredores de Ealing. A letra dizia: “a ordem das árvores não altera o passarinho”, era de Tulipa Ruiz. De volta ao Brasil, no ano novo, sem grana para mais uma viagem, resolvemos ir ver os fogos na Avenida Paulista.  

Logo depois, Rafael Castro - excelente músico e amigo do Marcos - nos convidou para passar na casa da namorada, perto da Paulista, onde acontecia uma comemoração pelo ano novo. A namorada de Rafael é Tulipa. Fomos recepcionados pelo pai da cantora, Luiz Chagas, ex-guitarrista da banda Isca de Polícia, e ficamos por lá toda a madrugada ouvindo boa música. Foi uma virada (de ano) especial. Falando em virada, a Tulipa participará da Virada Cultural este ano, mas não canta em Sampa, ela vai para São Carlos. Aproveitem!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Biutiful



Minha amiga Patrícia, que mora em São Carlos, onde atualmente faz mestrado em cinema me visitou no fim de semana passado. Ela veio participar do Festival “É tudo Verdade”. Além de assistir aos documentários, conseguiu se inscrever no disputadíssimo congresso internacional na Cinemateca. Bom, ela ama filme, eu e o Marcos, meu namorado, também. E a Rosa e o Robson, meus amigos piauienses, também. A Rosa veio para defender a dissertação de mestrado sobre cinema piauiense. Juntamos a galera cinéfila e fomos ver Biutiful (sugestão da Pat) no Museu Lassar Segall (sugestão do Marcos). (Ah, depois dedicarei outro post para falar deste museu, que é conceitualmente parecido com o do Instituto Moreira Salles, no Rio, e tem cafezinho boommm). Cheeega, vamos ao filme.

Biutiful, do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, o mesmo de 21 gramas e Babel, é pesado, fala de temas fortes, como a morte, e tem imagens fortes.

Ele conta a história de Uxbal (protagonizado por Javier Barden), que trabalha fornecendo mão de obra barata de imigrantes ilegais para o mercado espanhol. Querendo economizar, Uxbal compra aquecedores baratos para aquecer chineses que dormiam trancados num porão. Numa manhã, eles são encontrados mortos. Uxbal se culpa e tenta pedir perdão. Ah, sim, ele fala com os mortos.

O tema “morte” é recorrente. Nosso protagonista, em dado momento, descobre que tem câncer de próstata e só alguns meses de vida. A partir daí, tenta se reorganizar. Mas como? O jeito mais fácil parece ser seguir com a própria vida ou dar uma nova chance a ex-mulher problemática que sofre de bipolaridade. Mas o filme, embora tenso, é equilibrado com doses de ternura em sua relação com os filhos e até mesmo com a espiritualidade, uma vida após a morte, ao reencontrar seu pai. O que dizer?

Tudo o mais é uma realidade vil da qual o protagonista não consegue escapar.

Ao sair do cinema, a turma permaneceu calada uns instantes até dar tempo de se recompor.